Página Inicial · Blog · Bastidores : A tarefa do crítico de circo
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Olhar para um espetáculo circense procurando não somente identificar a expressividade dos elementos específicos com os quais ele trabalha, mas também compreender o uso de tais elementos dentro do universo mais amplo das artes cênicas é a tarefa dos críticos convidados a atuar no 3º Festival Internacional Sesc de Circo.

Toda e qualquer forma cênica concebida hoje é resultado do cruzamento de variadas linguagens artísticas, flagradas em constante e complexa interação. Ao criador que instaura em torno da cena o fascinante halo da inventividade não cabe outro papel senão o de ser o mediador de muitos sentidos, disparados de seu próprio corpo rumo a essa galáxia tão distante e, ao mesmo tempo, tão próxima chamada plateia.

Um crítico que milite no teatro, na dança, no circo, na ópera… nos dias de hoje precisa estar atento à questão da “performatividade” em tais artes. Precisa igualmente indagar-se o tempo todo a respeito do conceito de “espetáculo”. E inquirir os sentidos aos quais uma “obra encenada” se propõe a servir. Posteriormente, por meio de um texto sempre aberto à interlocução, ele dividirá com artistas e público os resultados do processo de fruição sensível e intelectual que estabeleceu com aquele objeto artístico.

Pois a aptidão da crítica, como afirma Roland Barthes, não está em “descobrir” a obra interrogada. Antes, ela prefere “cobri-la o mais completamente possível com sua própria linguagem”.

Welington Andrade

professor do curso de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero e crítico de teatro da revista Cult. Ministrará o Laboratório em Crítica de Circo
O Laboratório em Crítica de Circo acontece nos dias  2 e 3/6, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. Você acompanha aqui as críticas produzidas durante o festival.
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